“Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”. – John Donne

domingo, 6 de março de 2011

Morre Alberto Granado, amigo e companheiro de Che na viagem de motocicleta pela América do Sul


Alberto Granado, amigo e companheiro de Ernesto Che Guevara em sua viagem de motocicleta pela América do Sul, morreu neste sábado (05) em Havana, aos 88 anos, confirmaram fontes familiares. Granado, nascido em 8 de agosto de 1922 em Córdoba, na Argentina, e estabelecido em Cuba desde 1961, morreu de causas naturais, explicou seu filho, também chamado Alberto.

A televisão estatal cubana definiu Granado como um "fiel amigo de Cuba". Segundo sua vontade, ele será cremado ainda neste sábado em Havana, e suas cinzas serão espalhadas por Cuba, Argentina e Venezuela.

Che, sua esposa Aleida, e o amigo Alberto Granado

A viajem:

Em 29 de dezembro de 1951 Ernesto Guevara e Alberto Granado iniciaram desde Córdoba uma viagem por América do Sul em uma motocicleta que chamavam “La Poderosa II”.

Passaram por Buenos Aires, a beira atlântica, Bahía Blanca, Choele Choel, Piedra del Águila, San Martín de los Andes e Bariloche. Atravessaram a cordilheira até o sul de Chile e desde ali forma para Santiago onde deveram abandonar a motocicleta. Em barco, a pé e pegando carona conhecem diferentes cidades de Chile, Bolívia e Peru. Em Lima estabelecem relação com o médico Hugo Pesce, distinguido especialista em lepra e dirigente do Partido Comunista Peruano.
Pelo intermédio dele viajaram para o leprosário de São Paulo, à beira do Amazonas, e após, na balsa “Mambo-Tango” navegaram rio abaixo até Leticia, cidade limítrofe colombiana, onde trabalharam como treinadores de futebol. Dalí para Bogotá e após para Caracas, Venezuela, onde Granado consiguiu um emprego em um leprosário. Ernesto decidiu então voltar para Buenos Aires via Miami com o objetivo de finalizar seus estudos de medicina.

Essa jornada foi fundamental para que Ernesto conhecesse os problemas sociais da America Latina e o ponto de partida da inquietação que o levou a se envolver na guerrilha de Fidel Castro. Com o grande êxito obtido na Revolução Cubana, mais tarde, organizou novos movimentos revolucionários. Sua morte, no dia 9 de outubro de 1967, interrompeu o sonho de estender a Revolução Cubana à América Latina, mas não impediu que seus ideais continuassem a ser uma bandeira de luta dos movimentos de esquerda e hoje Che é um dos maiores ícones da juventude.

Granado e Che, em junho de 1952, na jangada 'Mambo-Tango',
com a qual percorreram parte do Amazonas colombiano.


A viagem pela América do Sul, quando Che era apenas um estudante de medicina de 23 anos, e Granado um bioquímicos de 29, foi levada ao cinema em 2004 no filme Diários de Motocicleta, dirigido pelo diretor brasileiro Walter Salles. O ator mexicano Gael García Bernal fez o papel de Che, enquanto o argentino Rodrigo de la Serna interpretou Granado.

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