“Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”. – John Donne

domingo, 16 de maio de 2010

Sessão Solene histórica em homenagens ao Dia do Trabalhador e aos Trabalhadores Mortos na Linha do Parque em 1950.



Realizou-se sexta-feira, 30, Sessão Solene proposta pelo vereador Julio Martins (PCdoB) e aprovada por unanimidade, em Homenagem ao Dia do Trabalhador e aos Trabalhadores Mortos na Linha do Parque no 1º de Maio de 1950.

A cerimônia contou com a Presença da srª Shirley Ferreira, a única filha de Angelina, que foi Homenageada pela Câmara Municipal e pela Assembléia Legislativa recebendo a Medalha da 52ª Legislatura entregue pelo deputado Raul Carrion. "Em uma demonstração de sua barbárie repressiva, a elite dominante de então assassinou quatro lideranças operárias - o pedreiro Euclides Pinto, o portuário Honório Alves de Couto, o ferroviário Osvaldino Correia e a operária tecelã Angelina Gonçalves. Essa última, morta com um tiro no ouvido, abraçada à bandeira do Brasil e ao lado de sua filha Shirley", lembrou Carrion emocionado em seu discurso.

Muito emocionada, Shirley relatou que na época tinha 10 anos de idade e durante a passeata vinha acompanhando sua mãe que à segurava por uma mão e com a outra a Bandeira Nacional e cantavam o Hino Nacional, quando foram interceptados pela policia e começou o tiroteio viu muitas pessoas caindo no chão, inclusive Angelina, e saiu correndo em direção ao bonde, quando chegou em casa contou a seu avô o que havia acontecido e que sua mãe ficou para trás e chegaria mais tarde, pois até aquele momento não sabia que ela tinha sido alvejada com um tiro na cabeça e havia morrido. Ao cair da noite sua madrinha apareceu e a levou para casa dela onde a escondeu e a protegeu até os 13 anos quando Shirley teve que tirar nova certidão de nascimento e trocar de idade para que pudesse casar e mudar de cidade indo morar no Rio de Janeiro onde reside até hoje com seus filhos e netos.

O plenário da Câmara estava lotado por lideranças sindicais, políticas, comunitárias e populares, estiveram também presentes um grande numero de vereadores, além dos senhores Harrison Fernandes, Alejandro, e Antonio Rodrigues que participaram da passeata e das festividades em 1º de maio de 1950.

“ É um reencontro com a história. Rio Grande foi palco de muitas lutas operárias. Eles merecem ser lembrados, esse fato repercutiu em todo o Brasil, mas eles nunca foram lembrados como deveriam. A cidade de Caxias do Sul fez o 1º de maio em homenagem a eles que sacrificaram suas vidas pelo que acreditavam e hoje representam a luta pela classe operária. O 1º de maio na cidade sempre será marcado pelos fatos ocorridos em 1950, trata-se de uma marca indelével da luta dos comunistas e dos trabalhadores locais por uma sociedade mais justa e democrática”, lembrou Julio Martins.

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