“Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”. – John Donne

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Rudolf Brazda, o último dos "Triângulos Rosas"

Morreu ontem, aos 98 anos, Rudolf Brazda, o último sobrevivente dos "Triângulo Rosa", grupo de prisioneiros homosexuais presos em campos de concentração nazistas durante a segunda guerra mundial.

O triângulo rosa foi um dos símbolos usados nos campos de concentração nazistas. Indicava quais homens haviam sido capturados por práticas homossexuais. É portanto, o símbolo mais antigo existente que representa a comunidade homossexual.

Em 1934, Brazda foi condenado a seis meses de prisão em conformidade com a lei que proibia o homossexualismo. Foi preso novamente em 1938 e mandado para Buchenwald no centro da Alemanha, onde permaneeceu preso de 1941 a 1945. Estima-se que os nazistas tenham enviados para campos de concentração de 5.000 a 15.000 homossexuais.

Brazda saiu do anonimato em 2008, quando a Alemanha inaugurou um monumento para homenagear os "triângulos rosas" e anunciou que apenas uma testemunha do horror permanecia viva. Sua história foi registrado em livro, foi um dos autores do Itinerário de um triângulo rosa, no qual relembrou os 32 meses no campo de concentração, os trabalhos forçados, a presença da morte, as agressões e as humilhações.

"Depois da guerra, eu tive uma vida muito feliz. Nós já não eramos obrigados a se esconder, como antes, quando erámos considerados anormais,mas graças a Deus, hoje nós somos livres ", disse Brazda.

Rudolf Brazda olhando para o monumento às vítimas homossexuais da Alemanha nazista, em 2008

Triângulos Nazistas

Os campos de concentração nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial, possuíam um sistema de figuras geométricas em forma de triângulos, para auxiliar na identificação do tipo de pessoa que a portava:

▼ Amarelo - judeus usavam dois triângulos sobrepostos, para formar a Estrela de Davi, com a palavra "Jude" inscrita, aqueles que eram considerados apenas parcialmente judeus, muitas vezes usavam apenas um triângulo amarelo.

▼ Vermelho - dissidentes políticos, incluindo comunistas, sociais-democratas, liberais, anarquistas e maçons.

▼ Verde - criminoso comum. Criminosos de ascendência ariana recebiam frequentemente privilégios especiais nos campos e poder sobre outros prisioneiros.

▼ Púrpura (roxo) - basicamente aplicava-se a todos os objetores de consciência por motivos religiosos, por exemplo, as Testemunhas de Jeová, que negavam-se a participar dos empenhos militares da Alemanha nazista e a renegar sua fé assinando um termo declarando que serviriam a Adolf Hitler.

▼ Azul - imigrantes. Foram usados, por exemplo, pelos prisioneiros Espanhóis que se exilaram em França a seguir à derrota na revolução Espanhola, e que mais tarde foram deportados para a Alemanha considerados como apátridas.

▼ Castanho - ciganos roma e sinti.

▼ Negro - lésbicas e mulheres "anti-sociais". (alcoólatras, grevistas, feministas, deficientes e mesmo anarquistas).

▼ Rosa - homossexuais.

Além do código das cores, alguns subgrupos tinham o complemento de uma letra localizada no centro do triângulo, para especificar prefixo do país de origem do prisioneiro, por exemplo: B para belgas; F para franceses; I para italianos; P para polacos; S para espanhois;T para tchecos; U para húngaros.

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